segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Cão que ladra não me morde...


E nos teus olhos de cão faminto,
Enxergo carência e um vazio latente,
E tu que busca de porta em porta
migalhas qualquer pra mente
Encontraste em mim a forma perfeita
para matar-te a fome e esses desejos.

E quando chegaste perto  
Tão forte senti na minha pele o ar
do teu fucinho farejando meu corpo quente
Que cause me perco entre tuas patas
No meio dos teus latidos dementes.

Cão, com mais desejos do que saceios,
Saia a procura de outras migalhas
Por que deste tal alimento...não!
Apenas os deuses consomem da minha alma.

Não, não farei caridades
porque tens que aprender a revirar o lixo
e fazer dele uma nobre casa.

Solitário , mas não tenho dó da tua vida de rua
Já conhece a cidade,as esquinas...são todas suas...

Vá vadiar noutro canto,tentar comer da própria lua!